segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Admiro

Admiro a coragem que algumas pessoas conseguem ter para viver e conviver com as suas solidões. Penso-as pessoas inteiras, independentes, perante a vida e o mundo e que sofrem como se para elas isso fosse só uma outra forma de respirar.
 Às vezes dou comigo a pensar que estas pessoas devem ter feito um pacto qualquer. O eu não persegue o si mesmo e vice versa. Olham-se quando passam um pelo outro e há sempre uma cortesia, como que um aceno de cabeça e têm sempre a preocupação de fazerem tudo para não se chocarem.
Mas acredito que às vezes se sufocam. Que o ar lhes falta, um ar que na maior parte das vezes é feito apenas de gestos, de sorrisos, de um abraço. Às vezes de um beijo.
Admiro tudo isto nas pessoas que vivem e convivem com a solidão. E não choram!
Porque eu sou capaz de chorar só de pensar na solidão dos outros.

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