domingo, 3 de fevereiro de 2013

Fez hoje anos

Meu sempre adorado Bernardo, hoje fez sete anos que Jesus lhe pegou na mão e o levou com Ele para onde ninguém sabe a não ser que também vá com Ele.
Lembrei-o muito, sonhei-o muito, chorei-o muito e não parei nunca de lhe dar "beijos franjados de infinito" como lhe disse na carta que lhe escrevi e li nos Jerónimos.
Quando lhe escrevi a carta como a que tenho escrito a todos os manos e primos, e a que chamei "Requiem para um gesto inacabado", não sabia que este Requiem por si perdurasse como uma música, uma litania quase celeste que trago sempre dentro do meu peito a caminho do meu fim e do nosso beijo adiado.
E volto a dizer-lhe a poesia de que a Avó tanto gostou sempre: "Mínimo sou / e quando ao Nada empresto / a minha elementar realidade / o Nada é só o resto".
Como o tenho amado meu terno Neto, com um amor que inventei um dia só para nós dois, só para que fosse sempre só nosso, até ao dia em que por fim fosse Nosso, meu adorado Bernardo.
Hoje, dia três de Fevereiro, vamos dar um passeio juntos, antes que o Avô perca as forças e só possa passear consigo este olhar quase cego de tanto o chorar, este olhar também ele franjado de infinito, deste nosso infinito Amor.
Um beijo meu adorado Bernardo, como só nós os dois sabemos dar um ao outro.