domingo, 20 de maio de 2007

Psicoterapia

Tenho estado a escrever sobre a minha experiência como psicoterapeuta, e cada vez que me debruço sobre os vários temas que ao longo destes quase 30 anos me foram postos pelas pessoas que me procuraram mais me vou revendo neles e mais razão vou dando a quem diz que a psicoterapia é uma aprendizagem, uma aprendizagem mútua.
Não tenho dúvidas de que muitas pessoas que passaram pelas minhas sessões de psicoterapia sairam delas mais ricas, mais confiantes, com outra auto-estima e outra visão de si e dos outros. Mas tambem eu senti inúmeras transformações em mim mesmo, que, se começaram quando tambem eu passei pelo meu próprio processo de desenvolvimento pessoal, e se continuaram ao longo destes anos, numa descoberta e num ir sempre mais alem, que não tem fim à vista.
Muitas vezes não é em si mesma a mudança, mas a consciência da mudança, do que é diferente, e a aceitação dessa diferença, que em muitos casos passa por esse confronto comigo mesmo face às minhas limitações e fragilidades. Limitações que tenho que aceitar, porque elas são minhas, como diz Richard Bach, o conhecido autor do Fernão Capelo Gaivota, que toda a gente do meu tempo leu e viu em cinema com música de Neil Diamond.

domingo, 6 de maio de 2007

Pensar

Como estou a começar este blog, tenho ainda várias dúvidas de como o fazer viver. E fico a pensar no que poderia aqui escrever hoje, para que se alguem me lesse, me dissesse qualquer coisa. E como já disse, pensar, para mim é um verdadeiro vício, e chego mesmo a pensar no que pensará o cérebro. Que sentido faz pensar? E pensar implica um sentido?
Penso que a minha relação com o espaço e com o tempo que tenho vivido, se por um lado vai sedimentando ideias, por outro lado cada vez me levanta mais questões, ao ponto de ser cada vez mais verdadeiro, o velho aforismo de "só sei que nada sei". O que me põe uma questão logo à partida: saber isso não será saber imenso?
Outra coisa: perguntaram-me o significado do nome que dei ao meu blog. Alem de mo ter sido sugerido por um amigo, o Joaquim, que faz neste momento uma brilhante especialidade em Psiquiatria, refere-se obviamente à obra que Schoenberg compôs em 1899, e a que faço referência no primeiro livro que publiquei, "A Decadência do Sonho". E como anda à volta de um poema de R. Dehmel sobre um homem e uma mulher que se passeiam ao luar, achei que vinha a calhar, já que uma das coisas de que mais gosto de fazer com a minha mulher, é passear ao luar, e, estou eu agora aqui a pensar, porque não perguntar em que pensará o luar?