segunda-feira, 20 de março de 2017

Shakespeare

Shakespeare terá exclamado um dia qualquer coisa como isto: oh! quem me dera ser do tamanho do universo mas caber dentro de uma casca de noz.
Deste me ser e não ser o infinitamente grande e o infinitamente pequeno ao mesmo tempo, fez-me ignorar o impossível e aceitei ir pelo meu espaço interior, e ser o vácuo que separa as galáxias umas das outras.
Agarrei-me a um idealismo utópico, e ucrónico que me levou por ares e ventos numa distopia imensa mas que cabia na ilha de Rafael Hitlodeu onde me sentei numa pedra e sustive a respiração, para que só o vento me envolvesse, mas o ar não me penetrasse. Uma luz vinda não sei de onde iluminou-me o escuro que me preenchia e onde as cores eram estruturas antigas, de outras culturas de antes da civilização. No entanto os homens já pensavam, já amavam, já faziam poesia tentando fazer rimar o ser com o não ser e opondo a razão à questão em si, e questionando a existência de Deus como Homem ou a do Homem como Deus.
Questionar era estar vivo e compreender que isso não é pensar mas estar apenas com o olhar fixo nas cores a desdobrarem-se e a ficarem em branco.

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