terça-feira, 16 de agosto de 2016

Mais coisas

Do mesmo modo que aquele que fere o outro, se fere a si mesmo, aquele que cura o outro também se cura a si mesmo. Este é um dos princípios do cuidar (cuidare).

Não só como a pessoa deve estar na empresa, assim também a empresa deve tratar a pessoa, tal qual não é a maneira como o graffiti existe na cidade, mais importante é como a cidade trata o graffiti.
É com o graffiti que o graffiter encontra formas de desafiar as pessoas e as convenções, de interpelar a cidade, de protestar de alguma forma contra aquilo que lhe desagrada. Usa a rua e as paredes como se fossem telas, mais do que isso, usa a rua como espelho. Ao fazer Street Art, pode e sente-se entre um ser e um estar na vida e até no ambiente de trabalho em que vive inserido, de uma outra forma mas que é a sua. E os projectos que o desafiam, desafiam a sua criatividade e a sua maneira de inovar.
Afinal grafitar é um acto de liberdade, uma forma de expressão como outra qualquer. É arte? Isso está no olhar de como cada um vê o que está grafitado. Mas o que é certo é que, por mais campanhas de repressão ou de limpeza que se façam, as cidades nunca se conseguiram livrar deste tipo de intervenções. Goste-se ou não, uma cidade não se faz só de fachadas muito bem pintadas e limpas das cores garridas com que se desenham as paredes; o mundo é muito mais rico e complexo do que isso.
As ruas não são as mesmas. A Arte Urbana reflete um tempo, uma cultura, um olhar diferente sobre as histórias de que se fazem os lugares. E se reflete o tempo, como tal é efémera, ao ser quase uma arte de guerrilha, de inconformismo, de inadaptação, de querer outras e diferentes sensações e emoções.
Provando que a arte que fala a linguagem das ruas, e dos locais de trabalho ou onde se estuda, é um meio de comunicação poderoso nos tempos que correm, a arte que fala a linguagem das empresas, as interpela e interpreta, numa nova forma de comunicação, num novo léxico que vai surgindo à medida que a roda dos tempos vai passando e vai moendo o tempo, é sempre um fazer rolar a história e a maneira como cada um vai sentindo a idade a passar.

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