quarta-feira, 17 de agosto de 2016

E . . .

Há sempre carácteres de fronteira, marginais. Se adolescer é transgredir, a adultícia deverá ser feita de uma permanente curiosidade sobre o acontecer.
O que é que todos temos em comum? A necessidade ! Necessidades físicas, como a fome e a sede, o sono, o descanso, tal como em todos os seres vivos, embora os seres humanos não se satisfaçam simplesmente com uma mera sobrevivência. Aspiram sempre a mais, pois há um intelecto a satisfazer.
Para se estar verdadeiramente satisfeito, exige-se mais. No entanto o que se exige varia de cultura para cultura, de circunstância para circunstância, e até muda com os tempos, como naquela expressão latina " oh! mores !". Existe, no entanto, uma constante: de uma maneira ou de outra, as coisas que se desejam prometem sempre uma satisfação. As pessoas têm uma necessidade inata de estar contentes, satisfeitos consigo mesmos e com a vida. O que não tem que ver com tudo acontecer apenas quando tudo corre de feição.
Como dizem os hindus "é impossível encontrar uma alegria incomparável nesta vida!"
Não preconizo religiões, dogmas, doutrinas filosóficas ou outras, mas proponho que as pessoas aprendam a parar e a reflectir que o conhecimento, em si mesmo, é apenas uma maneira de ir mais fundo, mais dentro e de desfrutar desta existência, de estar o mais possível preenchido nesta vida.

O conhecimento é uma maneira de se pegar nos nossos sentidos, que geralmente estão virados para fora a maior parte do tempo vivido (Jung diz que quem olha para fora sonha, mas quem olha para dentro acorda).
Virar os nossos sentidos para dentro e podermos sentir e ter realmente a experiência de nós mesmos - não de ideias, conceitos, pensamentos ou sugestões. Somos nós que precisamos de conhecer, no mais profundo sentido da palavra. E devemos ser nós, de uma maneira ou de outra, a conhecer.
Aquilo que é óbvio: o que procuramos está dentro de nós. A alegria que procuramos está dentro de nós. A felicidade que procuramos está dentro de nós.

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