segunda-feira, 4 de julho de 2016

E neste entre

E neste meu peito onde tudo cabe, parto numa digressão estonteante, à medida que respiro um ar que me falta, e me entontece até ao desmaio, da minha voz na tua, sentindo-me um ser imaginário, de que não conheço nem o princípio nem o fim, porque as palavras me faltam numa espécie de decadentismo delirante, com o que te afirmo a minha vontade de te amar para além da Vida, eternamente, sem fim.
E faço-me de contradições, de perguntas sem respostas, de questões que me ponho na permanente interrogação de saber onde começa a batalha que travo comigo mesmo, na busca de mim, na busca de ti, numa harmonia que sonho, e que está muito para além de nós.
Mas sujeito-me a um incontrolável ímpeto, que me tira desta letargia e me faz ser apenas gesto ou risco só para te dizer quem já fomos e quem queremos ser agora, embora o medo me tolha os movimentos, por me achar sozinho entre as arquitraves de uma catedral antiga, ou entre os vazios de me sentir entre o perigo de por fim me ser, um entre, que me desassossega até perder a razão.
As muitas, e às vezes desconcertantes vivências, trazem-me a sensação de estar de facto entre a terra e o céu, numa terra de ninguém, que levo depois comigo para dentro de mim, onde outra terra de ninguém me acolhe e me preenche, me confunde, me faz pensar como sou tão pequeno face ao fenómeno de te saber dizer estas coisas.

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