domingo, 13 de julho de 2014

Rothko

Li Mark Rothko, sim li, ou tentei ler, um pouco como o que fiz com o "Ulisses" de James Joyce.
Talvez por ter nascido na Rússia czarista, Rothko, nos seus escritos, disse, e eu retive, que se deve ter uma grande proximidade com a tela, porque só assim faz sentido para que exista uma comunicação com ela, num abraço íntimo, num mergulho, quase que como no acto de posse amorosa, com a pintura.
E é quando também eu me transfiguro nesse acto amoroso, e me fundo nessa matéria, que é o homem de carne e osso, a fundir-se com o que ama, como numa paisagem feita de campos de força e de acção, com um dinamismo próprio, e que no abstracto de Rothko, é a fusão entre a pintura e o pintor, numa ambiguidade criadora, que se balança entre o que vejo e o que a partir dai se metamorfoseia.
Como ele também eu li "O Nascimento da Tragédia" do Nietzsche", sobretudo quando diz "que a tragédia grega é uma tentativa humana de compensar os terrores de uma vida mortal".
E com os "Escritos Sobre Arte" e "A Realidade do Artista" debaixo do braço, fui visitar a capela Rothko, em Houston, no Texas.

Sem comentários: