sábado, 17 de novembro de 2012

Não reservo

Não reservo só para mim aquilo que penso e sinto. Partilho tudo com a maior abertura, liberto de quaisquer medos ou preconceitos. Sei que chego a ser indiscreto, sobretudo quando olho e fixo o meu olhar em tudo o que sinto emanar do que me parece ser belo.
Dizem-me às vezes que devia ser mais prudente, o não vás por aí. Mas não está em mim ser prudente, penso que nem sei muito bem o que isso é. Nunca soube, mesmo quando em África corri riscos de me encontrar frente a frente com a morte.
Sou curioso, em tudo, e até nisso : como será ela, a morte? A cara será mesmo só uma caveira descarnada? E debaixo do braço, andará sempre com aquela segadoira, assim como que arrimada a um bordão para se fazer à estrada da morte? Para mim, a morte é um poeta, e a segadoira a que se arrima, é uma forma de pôr em rima o desencontro constante entre a vida e a morte.
Não, quando amo não escondo que amo, nem porque amo ou o que quero amar. E se há coisa de que posso sentir orgulho é essa: amar só porque amo, e porque é feito de amor esse meu gesto de amar. De te amar, amor.
O meu exército está no activo e não na reserva.

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