sábado, 17 de novembro de 2012

Oiço . . .

Oiço músicas quando pinto e há mesmo um cheiro interior a tintas a pairar quando me mastigo os sonhos, e enquanto os saboreio depois, sem pressas.
E para me fazer de muitos eus, vou-me pintando de várias cores, de muitas cores, e sou um camaleão de mim mesmo, sempre a misturar-me com a vida sem que ela dê por isso.
E as músicas que oiço vão-me dizendo por onde ir, em colcheias e semi-colcheias, em semínimas aleatórias com que vou pintando uma ode à poesia, que no entanto não canto como antigamente se fazia, porque nunca me deixaram entrar no Odeão de Atenas receando que eu fosse capaz de fazer música ora dedilhando o bistel, ora a canelura, das colunas de que me faço, para depois ouvir, os meus pensamentos.

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