terça-feira, 27 de novembro de 2012

Acho graça

Acho graça quando as pessoas me dizem estar de perfeita saúde, e fico a olhar para eles espantado, como se a vida para eles fosse eterna. Nem nunca estão de perfeita saúde, não é possível, pois começa-se sempre a morrer mal se nasce, nem a vida é eterna, porque eterna mesmo só a eternidade.
E isto não tem nada que ver com qualquer tipo de pessimismo ou de inevitabilidade ditada pelos fados.
Mas estar bem, tão de perfeita saúde não augura nada de bom, quanto a mim, porque tudo é transitório, efémero, e todo o tempo não passa de um instante que mais dia menos dia acaba. É tudo apenas um instante.
Pode-se estar de perfeita saúde enquanto saúde em decadência, em corrida desenfreada para o fim. O que querem dizer mas não sabem, é que se estão a aguentar muito bem nessa corrida. Mais nada.
Moral da história: há que viver sempre  cada momento como se esse momento fosse a vida inteira e sorrir, sorrir mesmo a quem se ama, porque depois pode-se já não o conseguir fazer por mais que se  queira. Sorrir sobretudo a quem se ama.
Alguém dizia : "não faça da sua vida um rascunho porque pode não ter tempo de o passar a limpo".
É isso, acho graça a estas coisas, fazem-me pensar e fazem-me viver cheio de saúde.

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