quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cabo da Roca

E lá vou eu, como faço todos os dias, aqui para perto, para o Cabo da Roca, para o meu posto de faroleiro, para bem do alto destes penhascos, fazer sinais para esse grande navio, em que nunca parto mas que também nunca vejo a partir.
E sinto que sou eu próprio o farol, na popa do navio ou na gávea do mastaréu da gata. Ou então saio de mim, subo ao meu eterno cesto da gávea, bem em cima das rochas, e de mim, perscruto o horizonte com os olhos muito abertos e grito sempre muito alto, para ninguém me ouvir: mar à vista!!! Mar à vista!!!

1 comentário: