Só mais tarde, a chuva que caía naquela tarde, me disse para não ter esperança nenhuma, nem fé nenhuma, para não ter nada, de nada, e me poder assim esconder de mim dentro dos meus pensamentos. Ou dos teus, continuo a nunca conseguir lembrar-me.
E continuou a chover, e a molhar a pouco e pouco, as raízes dos meus pensamentos, e depois fui folha, e fui flor, e acabei por ser um fruto amargo que nem eu consegui comer. Era um fruto a que dei o nome Vida, mas sem saber, passei depois a chamar-lhe Além.
Foi quando os meus ossos procuraram outro corpo e os meus pensamentos procuraram outra maneira de pensar.
Sem comentários:
Enviar um comentário