E vou-me inventando quotidianamente, na esperança, às vezes desesperada, de me poder reinventar ad infinitum, e não morrer. De inventar a própria morte, para então poder viver.
Mas a questão pôe-se-me então, em procurar saber com toda a certeza e exactidão, o ponto de encontro entre a morte e a vida, entre o ser e o não ser a minha própria maneira de encontrar outro caminho, de me encontrar noutro caminho, e inventar ou reinventar outra vida. Outro eu. E vou-me preenchendo de mim, enquanto me disfarço, me mascaro, me disperço e me desfaço, dentro de mim e dos outros. Sim, ao longo da vida vou sendo outros. Os que trago sempre comigo, guardados nos meus bolsos remendados, de tanto os tentar agarrar, para não fugirem.
Sem comentários:
Enviar um comentário