domingo, 6 de dezembro de 2009

reflexões

" O nosso grande erro é querer encontrar em cada um, em especial, as virtudes que ele não tem e desinteressarmos-nos de cultivar as que ele possui".

ou

" Um homem que lê, ou que pensa, ou que calcula, pertence à espécie, não ao sexo, e nos seus melhores momentos escapa mesmo ao humano".

ou

"... tenha chegado àquela altura da vida, variável para todos os homens, em que o ser humano se abandona ao seu demónio ou ao seu génio e segue uma lei misteriosa que lhe ordena que se destrua ou se transcenda".

ou

" O que perturba e alarma o homem não são as coisas, mas as suas opiniões e fantasias acerca das coisas". (Epicteto).

ou

E a paz para mim não foi nunca não estar em guerra, porque, de uma maneira ou doutra, sempre estive. A paz tem sido sempre, afinal, apenas o desencontro de mim, entre dois combates, por mim.

ou

Não dormi nada esta noite. Uma insónia, ou porque alguma coisa me pedia que pensasse. E ao voltar a mim, voltei à minha Ítaca interior, onde a minha adorada Penélope, nunca tinha desistido de mim, nem de me tricotar um agasalho para o frio da minha velhice, para a minha solidão. Então voltei a adormecer, agarrado a ti numa imagem que me foi mais querida que a Beleza.

ou

Olhei para mim e não me reconheci. Senti-me estranho, outro. Nem aos meus próprios olhos eu parecia existir. Só alguns amigos, ou que eu pensava que o eram, - continuo a errar na escolha, tantas vezes - , é que me diziam que eu era eu, exactamente porque duvidava de mim, como se calhar também duvidava deles. Foi quando me encarei, bem de frente, cara a cara, como se fosse um espelho de mim. E perguntei mil vezes, a tudo e a todos que por mim passavam, e à imensidão do mundo, perguntei até aos anos que eu já tinha vivido e ao que penso serem os meus limites. Perguntei ao meu passado, cheio de tantas coisas, mas que no entanto não estava suficientemente cheio nem pesado, que me esmagasse as perguntas. Que me esmagasse. Acabei por perguntar ao vento, notícias de outros lugares, de outras gentes, perguntei ao sonho e até perguntei a Deus. E aí, quando falei com Ele é que percebi que, para me realizar, para conseguir o sonho impossível, muito provavelmente, tinha que morrer primeiro

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito...
Grande abraço GL

Anónimo disse...

Intensas são suas reflexões!! Tanto tempo não lia algo relevante para a minha alma! Agradeço-te imenso, como dizem os portugueses. Abraços!