E havia um misto de alegria e de tristeza, um sofrimento que se entranhava e começava a fazê-lo esmorecer, decair, como se lentamente se encaminhasse para a morte ou para uma outra espécie de fim qualquer que ele não conhecia.
Bem dentro de si travava-se uma luta invisível, onde os sentimentos contraditórios se entrechocavam e eram sempre antagónicos, cavando um fosso cada vez mais fundo entre a grandeza que sentia haver na sua alma e a miséria em que se sentia a cair por não ser capaz de expressar fosse a quem fosse o que se passava bem dentro de si. Não confiava nos outros, que achava sempre de uma pequenez sem limites. E todo o desejo não era mais do que um vento que passava, levantava o pó da vida, abanava as folhas das árvores que por ali havia e continuava a sua correria como se fosse uma criança atrás de um papagaio.
E ele deixava-se arrastar nessa correria, nesse rodopio, para se entontecer e esquecer, que a vida era isso mesmo e não o que ele sonhava e guardava, fechada a sete chaves, bem dentro de si.
E, lentamente, como que rejuvenescia, e continuava, teimosamente, a sua busca daquilo que no fundo sabia que nunca mais encontrava.
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