segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Silêncio

Fiquei a escutar o silêncio, saboreando-o como saboreio os segredos que tenho comigo mesmo. E o silêncio fez-me bem, como me costumam fazer bem os segredos que tenho guardados dentro de mim e que só vejo às vezes quando entreabro o meu peito para os espreitar. E o silêncio foi uma canção que compus ternamente para poder beijar a tua alma, e depois, ficar a meditar sobre tudo e sobre nada, numa experiência única de te sentir vida, e nisso encontrar uma benção de Deus, longe de dores, lutas, preocupações, desejos. Como um pássaro que voa, despreocupadamente, fui rasgando o espaço e os ventos, enquanto te respirava e nisso encontrava a verdade, a beleza, o bom e a unidade de que falava Aristóteles. E aprendi a encontrar estes quatro dons, em tudo à minha volta, porque à minha volta só estavas tu, meu amor,

2 comentários:

Anónimo disse...

Nada como ler um bom texto para depois nos deitarmos preparados para mais uma vida que tanto parece distante como real, vidas essas que teimam em acontecer quando menos esperamos mas muitas vezes desejamos. E, acimo de todo esse desejo, está um outro muito maior, que nessas vidas encontremos também, como na real, as pessoas que gostamos. E é nesse momento que essa vida alternativa se funde com a real na certeza de que ambas voam depressa demais quando estamos com quem amamos.
NB

jose manuel arrobas disse...

Gostei muito do teu comentário. Temos muito que falar e oportunidades não faltam.
Todos andamos à procura do nunca, mas o nunca já nos encontrou. Percebeste?
Abraço ZM