sábado, 28 de novembro de 2009

olhar-te

Olhar-te foi como que beber de ti qualquer coisa, um qualquer elixir da longa vida, ou de uma morte ternamente e eternamente adiada.
Olhar-te foi uma intoxicação, foi como se tivesse bebido muito álcool ou mastigado algum daqueles cogumelos mexicanos que causam alucinações.
Olhar-te foi intoxicar-me de espanto, de belo, de azul. Foi a embriagues por xadrez, como no célebre conto de Stefan Zweig, que se chama "O Jogador de Xadrez".
E também como ele, pensei que quanto mais um indivíduo se limita, tanto mais se aproxima do infinito, numa outra forma de olhar para a relação entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno, e dizer como Shakespeare " oh! quem me dera ser do tamanho do universo e caber numa casca de noz!"
E caber nesse olhar-te, e ser tudo nesse olhar-te e no olhar que me retribuis.

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