terça-feira, 9 de setembro de 2008

Só queria dizer que te amo. Só! é muito, é pouco? não sei, e confesso que não é isso que me preocupa.
Não sou o poeta do SÓ, nem me chamo António... mas sou Pobre, como ele assinava as cartas que escrevia de Paris. E sou Pobre, porque vivo no meio desta pobreza toda, de espírito, no meio desta ignorância de não se saber a diferença entre o Belo e a Beleza, nesta pergunta constante de saber quem sou eu, afinal. E sou pouco. Ou nada. Sou Pobre.
Ele, o poeta do SÓ, escondia as cartas que escrevia à Mãe, no fundo duma gaveta da cómoda, "atadas com um retrós/ não vá alguém lê-las/ e rir-se do que nos comove a nós". 
É isso, o que tenho que esconder, para que outros não se riam do que me comove a mim, a nós, a ti, a quem amo tanto. Tu, de quem faço o outro, sem me preocupar em saber quem és. És! basta-me que sejas. E o que me rodeia é uma gente, uma espécie, que não é. Nem quer ser. Conforma-se com viver. A capacidade que terá de existir, de ec-xistir  e portanto de se auto transcender, não lhes importa, não faz parte dos seus sonhos, do seu quotidiano, se é que sonham, se é que têm um quotidiano.
Eu sonho, é uma das formas de me ser livre. E é importante saber que sou, que me posso autotranscender, e Ser. Se quiser. Mesmo se não puder! Mas sou, apesar de tudo e de todos, porque a minha vida é um mundo. O meu. E de quem o quiser e puder partilhar. 
E é meu e não é, se de facto  sou  verdadeiro, ao dizer que também é de quem o quiser partilhar. Comigo. Com este mundo de que me sei parte. Ou todo. Porque, em boa verdade, meu, meu, SÓ mesmo aquilo que dou.

1 comentário:

your poison melody disse...

...e passou pelo meu blog...que alegria...é efervescente esta sensação..obrigada...
Sabe...tenho bastante dificuldade em conseguir escrever uma história, em arranjar um fio condutor para os meus pensamentos...isso bloqueia-me acabo por escrever apenas sensações e ideias vagas...tenho um medo frio quando penso nisso...

Um beijo
Maria