quarta-feira, 10 de setembro de 2008

NÃO SEI

Não sei que te diga mais. Já te disse tudo, embora esteja convencido de te ter dito bem pouco. Nada.
Mas é dizendo que te digo? Ou é sentindo? Porque é que me hei-de  reger pelas leis de um mundo a que não pertence o meu reino?
Jogo nos independentes, como dizia o meu Pai que Deus tem.
Mas... e jogo com quem? Comigo, e com as várias formas de mim. Reconheço que não é pouco!
Com estes diálogos que travo com o que me acontece e me faz ser, sinto-me num diálogo de Debussy, o do "vento e do mar", por exemplo.
Vento que sou, e me faz perder o norte a donde eu vim. Mar, por onde me aventuro e perco.
Sinto-me só neste mundo que não me compreende. Outro Zaratustra?
E fico reduzido ao vulgar, ao já visto,quando para mim o "déjá vu" não existe. Só a ideia dele. 
Porque vejo sempre. E vejo porque sinto. E sinto porque sou. E...
Já o Leonardo da Vinci dizia que "todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos".  

3 comentários:

your poison melody disse...

Sentindo não me dizes nada, o cimento que cola as pedras dos teus castelos é só teu, és só tu e não o sei.
Edificas-te em mim como uma torre de silêncio e sangue no cima uma janela onde de ti espreitas...mas voltas para dentro.
Eu podia dar-te a mão sabes?Levar-te a passear...

JMA disse...

Mas é sentindo que eu digo, e é dizendo que eu sinto. Ao escrever exponho-me. Por isso os livros não são para ficar na gaveta, São para publicar, tornar público. Se tudo correr bem publico outro em Novembro. E tenho mais na calha, escritos ou semi escritos.
E gosto que me leiam e me comentem. Riscos que corro! Mas ter nascido foi o primeiro risco que corri. E que continuo a correr. Só me soube proteger quando estive na guerra. Hoje, as balas são de papel. Tigres de papel, com dentes de palavras.

your poison melody disse...

Que bom...estou cheia de vontade de os ler...mesmo.
Estou cansada,de sentir-me. As lágrimas que choro são tão quentes que queimam...evaporam ao minimo contacto com o ar...Outro dia, de tantas, transformaram-se em gordas nuvens espessas...não as aproveitaste para descer...assim continuo à tua espera, sem saber quem és...
Tenho uma rapunzel dentro de mim.