E o curioso é que não estou a desenhar, a pintar ou a esculpir, mas a tentar interpretar e explicar-me as formas que redopiam dentro de mim e me confrontam com a ideia que tenho do belo. E se o belo e a beleza são ou não a mesma coisa. Se a beleza resulta de uma espécie de equilíbrio entre ordem e desordem, estando eu tão em desordem, como posso então viver, se a beleza é para mim uma outra forma de água, que se o meu corpo não tem, morre.
Posso recorrer à geometria fractal, ou à própria linguagem fractal, já que esta nova ciência reduz exactamente o complexo ao simples. Mas... afinal tudo para mim é simples dentro da sua imensa complexidade! E então onde estou? Como posso viver num mundo que me agride só porque não me compreende, e muito menos sabe um mínimo sobre aquilo com que hoje acordei a pensar. Estudar mais a "teoria do caos" e mudar de sentido? Ou deixar-me violentar e pressionar para amar doutra maneira a vida e os outros? Será que uma nuvem tem forma? Será que cabe dentro de uma qualquer estrutura pré-definida? Não sei se sou nuvem, mas já me chamaram neflibata. A verdade é que já me chamaram muita coisa! Mas afinal quem sou eu? Não com certeza isso tudo que já me chamaram, porque tenho a certeza de que essencialmente sou eu. Mas quem? E de que forma pensa este meu cérebro que ama?
E o " movimento browniano" continua dentro da minha cabeça.
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