domingo, 31 de julho de 2016

Pablo Neruda.

Evitem a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar . . . estejam vivos, então !

Quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amos próprio, quem não se deixa ajudar, MORRE LENTAMENTE.

Quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece, MORRE LENTAMENTE.

Quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilhos nos olhas, sorrisos e soluços, o coração aos tropeços, sentimentos, MORRE LENTAMENTE.

Quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos, MORRE LENTAMENTE.

Quem passa os dias q queixar-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de o começar, não perguntando sobre o assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe, MORRE LENTAMENTE.

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