sábado, 2 de julho de 2016

Encontrar-me

Encontrar-me dentro de ti e deixar-me ir com o vento, como se fosses tu, eu, tu e mais ninguém, como se fosses o vento que sempre nos fez companhia e nos levou para as bocas um do outro, e para todo o lado onde te vejo sempre, e beijo, como no primeiro dia, como no primeiro olhar.
Queria encontrar-me em ti, sempre em ti, porque não preciso de mais ninguém, porque não preciso do mundo que nos fez nem preciso que alguém nos faça, porque há muito que nos fizemos, um ao outro, porque há muito que nos somos. Porque!
Não sei se o tempo interferiu, mas sei que foi sempre sem tempo que o nosso amor aconteceu e o meu grito se fez ouvir, a chamar-te para ao pé de mim com medo de te perder. Porque não sei nada do tempo, nem quando começa nem quando acaba.
Aprendi contigo que sem amor não vale a pena viver, que sem amor não há vida, que sem amor eu nunca teria descoberto os olhos azuis que me levam até ao infinito, que sem amor eu não tinha nascido para ti e para as tuas mãos que me agarraram e me apontaram, lá ao fundo, o azul de que são feitos os teus olhos.

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