quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Lembro-me

Lembro-me quando há já muitos anos fui ao cinema, no Império, ver um filme do Ingmar Bergman, que se chamava simplesmente Elvira Madigan, mas que me fez ficar completamente apaixonado por aquele romance, sempre com Mozart de fundo e a companhia de um amigo mais velho que marcou imenso a minha vida, ainda tão em descoberta.
Mais tarde lembro-me de ter ido ver os Morangos Silvestres, também com ele (era um apaixonado por Bergman) e isso me ter feito sentir mais homem e mais capaz de me confrontar com a morte, enquanto deixava perpassar pela minha memória, episódios da minha infância, dos primeiros amores, das lágrimas que só tinham sentido no sem sentido que tinham, mas não deixavam de ser lágrimas, mesmo quando apenas como alegorias a coisas retidas no inconsciente, ou numa arca eternamente por abrir, por uma Pandora que nem eu nem ela ainda sabíamos se existia, mas por quem acabei por me apaixonar perdidamente.
E também me lembro . . . oh! se eu contasse aqui tudo de que me lembro! Mas fica para depois, a ver se me lembro.

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