segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nem sempre

Nem sempre as palavras dizem o que se pensa, e muito menos o que se sente. As palavras nunca têm a riqueza do pensamento e muito menos a riqueza de um sentimento.
As palavras na sua inevitávem limitação têm uma duração, um ritmo, uma textura própria, para assim poderem, quanto muito, sugerir uma relação, nunca a relação.
Por alguma razão, em grego clássico, a palavra palavra tinha dois significados: remédio e veneno.
As palavras não passam do que resulta do movimento dos corpos, do movimento dos sons, que o vento provoca e arrasta consigo para os nossos infernos interiores.
As palavras dizem-se para nunca mais voltarem. Não amam.
E no entanto eu preciso das palavras para te dizer que te amo.

Sem comentários: