sábado, 1 de junho de 2013

Frei Luis de Sousa

Lembro-me sempre de ter lido com gosto o Frei Luis de Sousa, no meu quarto ano do Liceu. O professor de português, Manuel de Sousa Tavares, a quem nós chamávamos Manuel de Sousa Coutinho, era um homem de literatura, de fado e de poesia. Um humanista!
"Romeiro, Romeiro, quem és tu?"
E esta pergunta ainda hoje me continua a martelar a memória, sobretudo a memória dos meus sentidos, porque ele dizia-o como só um herói-trágico como ele era, podia dizer. Fascinava-me!
E lembro-me que depois se sentava no estrado, com a cabeça entre as mãos como se chorasse. Não se ouvia uma mosca. E então, levantava-se lentamente como se fosse um espectro e dizia abrindo os braços: "Ninguém"!
E eu, passados estes anos todos, continuo sempre a dar também a mesma resposta que ele dava: "Ninguém"!

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