segunda-feira, 8 de abril de 2013

Memória

Às vezes não amo senão as memórias . . . as de que me lembro, das que como que me apetece recordar, e fico como esquecido de mim, a viver intensamente como quem acorda. E esse prazer, de facto, bate mais forte no meu coração.
As outras ficam abafadas no cinzento do meu cérebro latejante, e não têm muito a ver com o meu coração a palpitar. São sensações tão díspares!
Amo-te como quem se deseja, e se deixa desejar, como se fosse um rio sempre em busca de um mar ou de si.
E levo como companhia a minha solidão (o meu desespero), porque essa não tem limites e é nessa falta de limites que me sinto a aproximar-me da minha verdadeira finitude.
E tive saudades de ti.

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