domingo, 25 de novembro de 2012

O meu Pai

O meu Pai dizia muitas vezes que eu era um diletante, mas também acrescentava que não era despicienda essa minha diletância.
Eu sabia que ele não mo dizia por eu ser um apaixonado por música, que sempre fui, mas por me ver constantemente a saltar de instrumento para instrumento, de autor para autor, de peça para peça.
De facto sempre me empenhei, sempre fui um militante arregimentado, em busca, tantas vezes numa terra de ninguém, em procura de um real encontro de mim comigo mesmo, esse meu encontro com o meu primeiro outro.
Nunca seria, nem nunca pensei que fosse, o encontrar-me com a teoria do todo, do tudo, desse campo unificado, há tanto tempo procurado pela física e pelos físicos.
A minha formação era outra, se bem que não muito diferente, mas na verdade foram os grandes poetas portugueses, italianos, franceses, ingleses e alemães, que me ajudaram na construção da minha estrada, uma estrada bem larga, onde sempre coube muita coisa, tudo.

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