quinta-feira, 19 de abril de 2012

Na Escócia

Quando andei durante um ano à boleia, a certa altura dei comigo a comer o meu magro almoço, sentado num rochedo bem por cima da garganta onde começa o Loch Ness.
Tinha resolvido ir para a Escócia para saborear aquelas montanhas e aqueles lagos, de que o Loch Ness é o maior. Secretamente esperava poder ver o monstro e até tirar-lhe umas fotografias. Subitamente comecei a ouvir a música de uma gaita de foles, tão escocesa, tão celta. A vista lá de cima era soberba. E um pequeno barco à vela, com um homem a tocar a gaita, surdiu lentamente de um ponto que não me era dado poder ver, possivelmente de uma caverna nalguma pequena praia escondida num recanto dos rochedos.
A música daquela gaita de foles subiu até mim ao mesmo tempo que um arrepio me percorria o corpo todo. A beleza de tudo aquilo era de tal maneira, que só a pude sentir. As lágrimas correram-me pela cara abaixo, e a sensação foi tal que me senti a fazer amor com a natureza, e por extensão, com o mundo.

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