quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esta noite

Esta noite sentei-me em frente de um tabuleiro de xadrêz, sem peças, e fui adversário de mim mesmo. Adoro jogar comigo. E perder. É uma forma como outra qualquer, de ser perverso.
Nem sequer sei jogar, nunca soube, mas imaginei-me apenas, como terá sido quando me sentei uma vez a jogar xadrêz com um persa, em Xiraz, no século XIII. O vinho era de lá.
E contei-me histórias, para o entreter. Mil e uma histórias. E dei comigo a vender tudo e a comprar espanto, como costumava dizer naquela altura um poeta meu amigo que se chamava Jalãl ad-Din Muahmmad Rumi.
E procurei nos frascos de uma farmácia antiga esta poesia, que por ser dele, eu gosto:
"Vem
E dir-te-ei em segredo
Aonde te leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grão de areia do deserto
Giram desnorteados.
Cada átomo,
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do Sol".

Também eu giro apaixonado, desde sempre e até hoje, mas já não sei é se em torno do Sol, se da Lua, Tu, meu amor que não me encontras.

Sem comentários: