sábado, 14 de novembro de 2009

Nietzsche

Passando os olhos por um caderno onde desde há muitos anos aponto frases e pensamentos de pessoas célebres que me fizeram pensar e ter a sede de leitura que mantenho, e a verdade é que ficaram na história, não resisto a transpor para aqui um pensamento de Nietzsche, já não sei de que obra dele, mas que seguramente li há alguns 30 anos, pois nessa altura lia-o muito.
" Aos homens por quem tenho algum interesse, desejo-lhes sofrimento, desamparo, doença, maus tratos, envilecimento; quereria que não ignorassem o profundo auto desprezo, o martírio da desconfiança em si mesmos, a miséria do vencido. Não tenho nenhuma compaixão por eles, porque lhes desejo a única coisa que pode demonstrar se um homem tem ou não valor: o ser constante. "
E automaticamente me lembro do inesquecível "If "o poema de Rudyard Kipling que gerações continuam a ler e a não conseguir o "então serás um Homem" com que acaba . É na verdade uma tarefa árdua, isto de se ser Homem. Os chineses é que têm razão com o aforismo que diz : "ser homem é fácil, basta nascer homem, ser um Homem é muito mais difícil".

2 comentários:

Anónimo disse...

“(…) If you can fill the unforgiving minute/ With sixty seconds' worth of distance run,/ Yours is the Earth and everything that's in it,/ And - which is more - you'll be a Man, my son!”. A primeira frase de um caderno que não mantenho assim há tantos anos, mas no qual também registo algumas citações ou versos de grandes pensadores, que, por sua vez, me fazem pensar, é de Horácio, poeta e filósofo da Roma Antiga: “Cada dia é uma pequena vida”. Kipling termina “If” escrevendo sobre o tempo e, à semelhança de Horácio, reconhece a brevidade da vida. O que faríamos, então, se vinte e quatro horas significassem uma passagem na Terra, a nossa existência? Seria alguém capaz de viver sem a perspectiva de um futuro a longo prazo? Sem a oportunidade de adiar acontecimentos, encontros; sem o amanhã, o depois e o a seguir? E quanto ao passado? Haveria assuntos por resolver, boas memórias? Sempre que abro o meu caderno e me deparo com este e outros pensamentos é como se fosse a primeira vez e é raro encontrar reposta aos “comos” e “porquês” que advêm da sua reflexão. A vida é um mistério. E isto de ser Homem e Pessoa também.

M.

jose manuel arrobas disse...

Gostei muito do que disse. Obrigado.
Porque é que põe anónimo? Gostava de o conhecer.
Abraço
Zé Manel