domingo, 25 de novembro de 2012

Vitrúvio

Não quiz ver o belo a passar por mim. Sabia que não lhe poderia tocar, porque o belo não tem substância, nem forma. É, simplesmente, nessa imensa complexidade de ser belo sem se perceber o que é a beleza.
Não olhei, mas também não tapei os olhos, não os velei com nada, porque como disse o Profeta Maomé "o verdadeiro véu está nos olhos dos homens". E não vesti nenhuma abaya, porque não sou mulher.
Mas olhei o Homem de Vitrúvio, como o arquitecto romano o descreveu e mais tarde Leonardo da Vinci o debuchou, e percebi que o belo não estava naquele homem belo, mas na beleza das formas proporcionadas que envolviam o corpo daquele homem.

Sem comentários: