sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Não quiz

Não quiz mais ver-te nem falar-te, porque descobri que não tenho esse dom de me poder evadir para além da minha existência. Só posso caber-me em mim, embora sejas sempre tu quem me preenche.
Sou uma mónada, não no sentido que lhe deu Leibnitz, mas no sentido em que é empregue em zoologia, um ser microscópico, o mais simples de todos os animais.
Foi quando pensei em como o meu mundo espiritual é feito apenas de milhões dessas mónadas, e em que as minhas impressões sobre elas são aos milhões, sempre isoladas, e em que nessas impressões, só uma ínfima parte é aquilo que experiencio, porque todo o resto, a grande massa complexa e essencial de mim, está cada vez mais no que leio, e no que aprendo com o que leio, ao percorrer caminhos por onde me perco ao sentir-me a ir por mundos tão vários que nunca serei sequer capaz de os pensar.

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