E os teus beijos sabem-me sempre aos desertos que tantas vezes atravessámos juntos, à procura dos oásis do nosso contentamento, e onde por fim nos dessedentávamos de uma sede que tínhamos sempre um do outro, e que ao percorrermos as veredas nos areais desses desertos que inventávamos só para nós, ia crescendo, e sendo, sempre, a sede de nos termos, por fim, "sem que houvesse entre tu e eu, nem um eu nem um tu" como dizia esse poeta persa, Rumi, de que tantas vezes te falo.
E continuo a perder-me, sempre, em ti, numa busca de um absoluto qualquer, que só existe porque o vou sonhando, que só existe porque não é nenhum absoluto mas alguma coisa de relativo, feito desses teus olhos azuis que sempre me souberam a sonho.
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